O papel da cultura de segurança no trânsito na prevenção de acidentes

| Por: Juliana Gallassi

Podemos perceber a importância de se falar sobre a cultura de segurança, quando olhamos para os números alarmantes que o Brasil apresenta em relação aos acidentes de trânsito – quase 250 mil ocorrências por ano. Eles geram muitas vítimas a todo o momento, representando um significativo peso econômico e social arcado por toda sociedade.

Neste artigo queremos ressaltar a grande necessidade de todos se conscientizarem sobre a própria responsabilidade na luta por um trânsito mais seguro e humano.

A redução do número de acidentes e mortes só irá ocorrer quando a população desenvolver uma verdadeira cultura de segurança no trânsito e mudar seus comportamentos por meio da educação.

Só uma mudança profunda na raiz da nossa cultura poderia alterar o quadro do trânsito nacional.

A ONU, por meio da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, estabeleceu um objetivo de reduzir pela metade o número global de mortes e feridos por acidentes de trânsito, até 2020. Em 2019, faltando um ano, a meta ainda está longe de ser alcançada e por isso precisamos da união e do esforço da população. 

A disseminação da cultura de segurança no trânsito e sua efetiva implantação é com certeza um projeto ambicioso, visto que objetiva reduzir a zero o número de fatalidades no trânsito – que já está perto dos 40 mil, por ano -, mas não é impossível!

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O processo exige enorme esforço das áreas envolvidas, ou seja, toda a sociedade. Então governo, empresas privadas, meio acadêmico e iniciativas da sociedade em geral são protagonistas nesta ação, já que visam o fortalecimento de uma cultura e valores de todas as esferas.

Como cada setor pode contribuir para a Cultura de Segurança:

Setor Público

Sempre que falarmos de trânsito, o governo estará presente, uma vez que é dele a responsabilidade de garantir o direito de ir e vir em segurança dos cidadãos.

Este setor tem um importante papel, pois suas ações podem alcançar todo o país propondo iniciativas de caráter permanente, tanto de fiscalização quanto de prevenção.

Para mudar hábitos e propagar a cultura de segurança no trânsito não adianta fazer campanhas esporádicas, precisa ser todo dia. Um exemplo foi a implantação da Lei Seca, que em oito anos já teve médias de 43% de redução no número de motoristas alcoolizados.

Área Acadêmica

Outro setor que pode ter grande contribuição é a área acadêmica, que muitas vezes não é tão mencionada nesta perspectiva da disseminação da cultura de segurança no trânsito.

As universidades possuem um grande potencial na ampliação do conhecimento em segurança e neste cenário estamos abordando um tema multidisciplinar em que áreas de Exatas, Humanas e Biológicas podem contribuir para o alcance de um trânsito mais seguro.

Uma ação que destacamos dentro da academia brasileira foi da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) onde foi criado um programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana.

Nele foram desenvolvidos inúmeros trabalhos nas áreas de engenharia e segurança de tráfego, sendo grande parte centrados nos aspectos da gestão de acidentes de trânsito do município. Possuem também um Núcleo de Estudos sobre Trânsito, Transporte e Logística e uma Comissão Permanente de Segurança de Trânsito.

As ações proporcionaram experiências educativas, culturais e científicas, que articularam ensino, pesquisa e extensão, estimulando a cultura de segurança do trânsito dentro do campus e na comunidade em que a Universidade está inserida. O objetivo agora é ampliar o alcance das ações, transformar a comissão em uma ONG e melhorar ainda mais seus mecanismos de atuação.

Setor Privado

O setor privado neste contexto tem capacidade de proporcionar grandes impactos na disseminação da cultura de segurança no trânsito, pois dispõe de uma enorme quantidade de motoristas que atuam profissionalmente em empresas de diversos segmentos, estes passando muito tempo no trânsito e consequentemente se expondo mais aos riscos.

Hoje ainda há um elevado índice de acidentes com estes condutores, mas essa realidade pode mudar. Já existem várias empresas que possuem excelentes programas de segurança no trânsito, disseminando os conhecimentos para seus motoristas, demais colaboradores, familiares, clientes e fornecedores, contribuindo muito para o fortalecimento de uma cultura de segurança.

Nesta área o maior desafio continua sendo a parte comportamental dos motoristas. Fazer com que compreendam que todos os treinamentos, tecnologias e equipamentos são realmente para sua segurança.

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Acreditamos que a cultura de segurança é levar o motorista a ter atitudes seguras não porque está sendo vigiado ou será punido, mas porque irá salvar a sua vida e de outras pessoas. Quanto mais responsável for o motorista perante a sociedade, mais licença e autoridade terá para trabalhar.

Tecnologias como softwares de gestão de frotas são de grande auxílio para vencer este desafio, pois proporcionam informações rápidas e assertivas sobre o comportamento do motorista e identificam aqueles que possuem um comportamento de risco na direção, facilitando que treinamentos sejam realizados com os mesmos.

Garantem também que os gestores possam ter informações detalhadas dos pontos críticos de suas operações, conhecendo concretamente o que deve ser trabalhado no aprimoramento da gestão e conscientização de todos seus condutores.

É preciso sair da cultura reativa para o que chamamos de cultura generativa, em que o fato do motorista estar sendo monitorado não seja condição para que mantenha um comportamento seguro, este deve partir de uma decisão própria e consciente.

Ressaltamos também que a disseminação da cultura de segurança não deve se limitar apenas aos condutores, mas que alcance a organização em sua totalidade. Até mesmo aqueles que estão no escritório precisam saber que suas decisões podem impactar a segurança lá fora, nas estradas. O desafio é fazer com que a empresa inteira convirja para esse sistema de segurança.

Sociedade

É importante que a sociedade também desperte para a problemática do trânsito e se engaje na busca por soluções para mudanças de comportamento e iniciativas de conscientização. Conduzindo profissionalmente ou não, o trânsito é composto por cidadãos e todos possuem um papel fundamental na disseminação e implantação da cultura de segurança no trânsito.

O cidadão é o ator principal; não mais os “profissionais” motoristas, os “políticos”, os “sinais de trânsito”, mas sim o cidadão motorista e o cidadão pedestre, ambos unidos no respeito mútuo pela cidadania.

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Autor

Juliana Gallassi

Juliana Gallassi

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