Cultura de segurança no trânsito: como reduzir acidentes na sua frota com ações eficazes

A cada 15 minutos, uma pessoa morre no trânsito brasileiro e 90% dos acidentes são causados por falhas humanas, segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Grande parte dessas fatalidades não envolve problemas mecânicos, mas comportamentos de risco que poderiam ser evitados. E é justamente aí que entra a cultura de segurança no trânsito.
Neste artigo queremos ressaltar a grande necessidade de todos se conscientizarem sobre a própria responsabilidade na luta por um trânsito mais seguro e humano.
A redução do número de acidentes e mortes só irá ocorrer quando a população desenvolver uma verdadeira cultura de segurança no trânsito e mudar seus comportamentos por meio da educação.
Só uma mudança profunda na raiz da nossa cultura poderia alterar o quadro do trânsito nacional.
A Agenda 2030 da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável inclui a segurança no trânsito como um dos seus objetivos, especificamente a redução de mortes e lesões no trânsito em pelo menos 50% até 2030.
A disseminação da cultura de segurança no trânsito e sua efetiva implantação é com certeza um projeto ambicioso, visto que objetiva reduzir a zero o número de fatalidades no trânsito, mas não é impossível!
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O processo exige enorme esforço das áreas envolvidas, ou seja, toda a sociedade. Então governo, empresas privadas, meio acadêmico e iniciativas da sociedade em geral são protagonistas nesta ação, já que visam o fortalecimento de uma cultura e valores de todas as esferas.
O que é cultura de segurança no trânsito?
A cultura de segurança no trânsito é o conjunto de valores, práticas e comportamentos compartilhados por motoristas, gestores e toda a equipe, com foco na prevenção de acidentes e promoção de atitudes seguras no dia a dia.
Mais do que cumprir normas, trata-se de:
- Colocar a segurança como prioridade nas decisões da empresa;
- Promover comportamentos proativos de prevenção;
- Usar dados para guiar melhorias contínuas;
- Engajar colaboradores de forma constante.
Empresas com cultura de segurança bem estabelecida costumam ter menores índices de sinistros, menos gastos com manutenção e maior retenção de motoristas.
Como cada setor pode contribuir para a Cultura de Segurança:
Setor Público
Sempre que falarmos de trânsito, o governo estará presente, uma vez que é dele a responsabilidade de garantir o direito de ir e vir em segurança dos cidadãos.
Este setor tem um importante papel, pois suas ações podem alcançar todo o país propondo iniciativas de caráter permanente, tanto de fiscalização quanto de prevenção.
Para mudar hábitos e propagar a cultura de segurança no trânsito não adianta fazer campanhas esporádicas, precisa ser todo dia. Um exemplo foi a implantação da Lei Seca, que em oito anos já teve médias de 43% de redução no número de motoristas alcoolizados.
Área Acadêmica
Outro setor que pode ter grande contribuição é a área acadêmica, que muitas vezes não é tão mencionada nesta perspectiva da disseminação da cultura de segurança no trânsito.
As universidades possuem um grande potencial na ampliação do conhecimento em segurança e neste cenário estamos abordando um tema multidisciplinar em que áreas de Exatas, Humanas e Biológicas podem contribuir para o alcance de um trânsito mais seguro.
Uma ação que destacamos dentro da academia brasileira foi da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) onde foi criado um programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana.
Nele foram desenvolvidos inúmeros trabalhos nas áreas de engenharia e segurança de tráfego, sendo grande parte centrados nos aspectos da gestão de acidentes de trânsito do município. Possuem também um Núcleo de Estudos sobre Trânsito, Transporte e Logística e uma Comissão Permanente de Segurança de Trânsito. Em um deles, é abordado como o comportamento humano influencia na ocorrência de acidentes, assim como a educação influencia na mudança comportamental de um indivíduo.
As ações proporcionaram experiências educativas, culturais e científicas, que articulam ensino, pesquisa e extensão, estimulando a cultura de segurança do trânsito dentro do campus e na comunidade em que a Universidade está inserida. O objetivo agora é ampliar o alcance das ações, transformar a comissão em uma ONG e melhorar ainda mais seus mecanismos de atuação.
Setor Privado
O setor privado neste contexto tem capacidade de proporcionar grandes impactos na disseminação da cultura de segurança no trânsito, pois dispõe de uma enorme quantidade de motoristas que atuam profissionalmente em empresas de diversos segmentos, estes passando muito tempo no trânsito e consequentemente se expondo mais aos riscos.
Hoje ainda há um elevado índice de acidentes com estes condutores, mas essa realidade pode mudar. Já existem várias empresas que possuem excelentes programas de segurança no trânsito, disseminando os conhecimentos para seus motoristas, demais colaboradores, familiares, clientes e fornecedores, contribuindo muito para o fortalecimento de uma cultura de segurança.
Nesta área o maior desafio continua sendo a parte comportamental dos motoristas. Fazer com que compreendam que todos os treinamentos, tecnologias e equipamentos são realmente para sua segurança.
Acreditamos que a cultura de segurança é levar o motorista a ter atitudes seguras não porque está sendo vigiado ou será punido, mas porque irá salvar a sua vida e a de outras pessoas. Quanto mais responsável for o motorista perante a sociedade, mais licença e autoridade terá para trabalhar.
Tecnologias como softwares de gestão de frotas são de grande auxílio para vencer este desafio, pois proporcionam informações rápidas e assertivas sobre o comportamento do motorista e identificam aqueles que possuem um comportamento de risco na direção, facilitando que treinamentos sejam realizados com os mesmos.
Garantem também que os gestores possam ter informações detalhadas dos pontos críticos de suas operações, conhecendo concretamente o que deve ser trabalhado no aprimoramento da gestão e conscientização de todos seus condutores.
É preciso sair da cultura reativa para o que chamamos de cultura generativa, em que o fato do motorista estar sendo monitorado não seja condição para que mantenha um comportamento seguro, este deve partir de uma decisão própria e consciente.
Ressaltamos também que a disseminação da cultura de segurança não deve se limitar apenas aos condutores, mas que alcance a organização em sua totalidade. Até mesmo aqueles que estão no escritório precisam saber que suas decisões podem impactar a segurança lá fora, nas estradas. O desafio é fazer com que a empresa inteira convirja para esse sistema de segurança.
Sociedade
É importante que a sociedade também desperte para a problemática do trânsito e se engaje na busca por soluções para mudanças de comportamento e iniciativas de conscientização. Conduzindo profissionalmente ou não, o trânsito é composto por cidadãos e todos possuem um papel fundamental na disseminação e implantação da cultura de segurança no trânsito.
O cidadão é o ator principal; não mais os “profissionais” motoristas, os “políticos”, os “sinais de trânsito”, mas sim o cidadão motorista e o cidadão pedestre, ambos unidos no respeito mútuo pela cidadania.
Para saber mais sobre a promoção de uma cultura de segurança, baixe gratuitamente o material abaixo.
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Perguntas frequentes sobre cultura de segurança no trânsito
1. O que significa ter uma cultura de segurança no trânsito em uma empresa?
É quando a segurança vira prioridade em todas as decisões da operação, não apenas uma obrigação legal. Ela envolve valores, atitudes e ações que promovem um trânsito mais seguro no dia a dia da empresa.
2. Por que a cultura de segurança é tão importante na gestão de frotas?
Porque ela reduz acidentes, protege vidas e melhora a eficiência da operação. Frotas com cultura de segurança forte gastam menos com manutenção, seguros e indenizações.
3. Como a telemetria pode ajudar a promover a cultura de segurança?
Ela permite monitorar comportamentos de risco e agir preventivamente. Com os dados certos, é possível transformar desvios em ações de melhoria contínua.
4. Quais são os principais comportamentos de risco no trânsito corporativo?
Uso de celular, distração ao fumar, excesso de velocidade, cansaço e falta de atenção são os mais comuns.
5. Como engajar os motoristas na cultura de segurança?
Com comunicação constante, dados transparentes e reconhecimento por boas práticas. Para saber como engajar os motoristas, clique aqui.
6. Como medir se a cultura de segurança está funcionando?
Através de indicadores como redução de acidentes, diminuição de desvios e maior adesão aos treinamentos.
7. Toda empresa precisa investir em cultura de segurança no trânsito?
Sim, especialmente aquelas que dependem de transporte como parte da operação. Mesmo pequenas frotas se beneficiam de ambientes mais seguros e eficientes.
8. Como começar a implementar a cultura de segurança na frota?
O primeiro passo é mapear os principais riscos e comportamentos da operação. Depois, é hora de criar metas, comunicar valores e investir em tecnologia e capacitação.
Checklist inicial:
- Diagnóstico de segurança
- Definição de metas e KPIs
- Instalação de sistemas de monitoramento
- Treinamento e campanhas internas
- Reuniões regulares de acompanhamento
Para começar a implementar, você pode obter gratuitamente nosso guia clicando aqui.
9. A cultura de segurança pode gerar retorno financeiro?
Sim. Menos acidentes significam menos gastos, mais produtividade e reputação fortalecida.
Atualizado por Agência Massi em 15/07/2025.
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