Pirâmide de Dupont na prevenção de acidentes de trânsito

| Por: Juliana Gallassi

Neste artigo abordaremos um estudo muito conhecido para quem é da área de segurança do trabalho, e que pode (e deve) ser aplicado na gestão de frotas. Vamos falar da Pirâmide de Dupont, sobre como ela surgiu, o que esse estudo defende e como podemos aplicá-la em um exemplo prático.

No propósito de salvar vidas no trânsito, não podemos medir esforços e quanto mais conhecimento teórico e prático tivermos à disposição, melhor podemos trabalhar a cultura de segurança em nossa gestão de frotas.

Como surgiu a Pirâmide de Dupont

O estudo original foi desenvolvido nos anos 30 por Herbert Heinrich, conhecido como pioneiro na Segurança Ocupacional. Ele apresentou a primeira pirâmide em seu livro Industrial Accident Prevention – A Scientific Approach, em que esse conceito foi denominado de Lei de Heinrich.

Esse estudo foi resultado da análise de relatórios de acidentes submetidos a uma grande seguradora americana, em que Heinrich analisou cerca de 75 mil acidentes de trabalho e concluiu que para cada acidente sério, existiam 29 acidentes menores e 300 incidentes sem ferimentos. Chegando assim ao parâmetro 1-29-300:

lei de heinrich

Segundo a pesquisa de Heinrich, as causas predominantes dos acidentes ficavam entre:

→ Artigo: Conheça as principais causas dos acidentes de trânsito e como preveni-los

Na década de 60, Frank Bird Jr., ampliou os estudos de Heinrich, analisando cerca de 1750 acidentes de 297 organizações, de 21 tipos de empresas diferentes. Com dados de cerca de 3 bilhões de Horas-Homem de Exposição ao Risco. E diferente de Heinrich, Bird considerou também os acidentes envolvendo perdas de patrimônio e meio ambiente. 

O estudo resultou na Pirâmide de Bird com a seguinte proporção: 1-10-30-600. Ou seja, para cada 1 lesão séria haveriam 10 lesões menores e 30 acidentes sem lesões, mas com perdas patrimoniais (danos a propriedade) e 600 incidentes ou quase acidentes.

pirâmide de bird

E por fim, vamos falar do último estudo que queremos destacar, a Pirâmide de Dupont. Enquanto Heinrich e Bird focaram seus trabalhos nas perdas que poderiam gerar indenizações, DuPont buscou focar na prevenção de riscos.

Para isso, a pirâmide de DuPont passou a considerar os desvios na seguinte proporção: 1-30-300-3000-30000. Ou seja, para a ocorrência de 1 fatalidade, haveriam 30 acidentes com afastamento, 300 sem afastamento, 3000 incidentes e 30000 desvios.

Esta é a pirâmide que vamos considerar para o restante do artigo, quando falamos de como trazer esse estudo para a prática, atuando na prevenção de acidentes de trânsito.

pirâmide de dupont

Os estudos que geraram as pirâmides são instrumentos valiosos para mostrar a grande  importância de se registrar os eventos relacionados à segurança e tratá-los rápida e adequadamente, fazendo a gestão de riscos.

Por exemplo, um evento de fadiga do motorista em sua gestão de frotas deve ser considerado como gravíssimo e a atuação sobre ele deve ser imediata. Um cochilo de apenas poucos segundos pode ser fatal, pensando que a uma velocidade de 80 Km/H, o veículo percorrerá 22 metros em apenas 1 segundo – num cochilo de 5 segundos, seriam mais de 100 metros percorridos às cegas. Saiba mais no Guia do Sono e Direção.

As pirâmides permitiram que a classificação da gravidade dos acidentes, incidentes e desvios fossem visualmente compreendidas de forma bem simples e didática, refletindo o que acontece de fato na condução dos motoristas.

Quando há um aumento na quantidade de desvios e incidentes, infelizmente, pode-se esperar um acidente mais sério em sequência. O nível de tolerância ao risco impacta diretamente a estatística de acidentes e incidentes das empresas.

Podemos perceber nitidamente que empresas com baixo nível de cultura de segurança, tendem a relutar em empregar medidas de controle das infrações e toleram altos níveis de risco. Já em organizações com altos níveis de cultura de segurança a tolerância é baixa, pois o investimento em medidas de controle para reduzir infrações e, consequentemente, os riscos, é natural e necessária. 

Aplicação do estudo da Pirâmide de Dupont na gestão de frotas

As escalas apresentadas estão sendo amplamente aplicadas à realidade da gestão de frotas. Neste tipo de operação, seja para locomoção, transporte de cargas ou transporte de passageiros, os acidentes de trânsito podem ser considerados como acidentes de trabalho. 

Acreditamos que a ideia central dos três estudos seja defender que a melhor forma de prevenir acidentes é agir sobre a base da pirâmide. Ao se combater os desvios de comportamento, os acidentes que compõem o topo dela, serão evitados.  

Fica claro então, que as ações de segurança na frota serão mais bem sucedidas quando focadas nos comportamentos de risco que levam a desvios e incidentes. Antes de acontecer acidentes com maior gravidade (ou até mesmo uma fatalidade) muitas oportunidades são oferecidas pelos eventos menos graves para se tomar ações preventivas e evitar que vidas sejam perdidas nas operações. 

Para além da Pirâmide, um planejamento estratégico com foco na redução de acidentes e que considera o investimento em tecnologias que ajudarão nos objetivos e que promovam até mesmo retorno para a empresa, se faz muito necessário. E para isso, elaboramos um conteúdo que te ajudará a alcançar suas metas:

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    Quanto maior o número de incidentes na frota, maior é a chance da ocorrência de um óbito. Na prática, se exige atuar preventivamente e preditivamente para evitar acidentes de trânsito, por mais leves que sejam. Afinal, o propósito é tratar os eventos a partir da base da pirâmide, com maior concentração de acontecimentos, para depois seguir em direção ao topo.

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    Atualizado por Caroline Ferroni em 25/05/2020.

    Autor

    Juliana Gallassi

    Juliana Gallassi

    Uma mão digitando em um laptop Uma mão digitando em um laptop Uma mão digitando em um laptop

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